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O Framework CTEM e a Maturidade Cibernética em Ambientes Empresariais

A segurança da informação é uma das bases essenciais para defender os ativos das organizações. Com a segurança cibernética moderna exigindo uma abordagem contínua, inteligente e proativa, o modelo tradicional baseado apenas em controles e correções pontuais se mostra insuficiente diante de ameaças que evoluem constantemente.
Surge, então, o conceito de CTEM (Continuous Threat Exposure Management), ou Gerenciamento Contínuo de Exposição a Ameaças: um framework que propõe uma visão integrada, cíclica e orientada por risco, substituindo abordagens fragmentadas por uma estratégia unificada de visibilidade, avaliação e remediação.

Este artigo explora os fundamentos do CTEM, seus benefícios, etapas práticas de implementação e o que se espera de uma solução que realmente apoie as organizações a avançarem em maturidade cibernética. Embora a gestão de vulnerabilidades continue sendo um pilar importante, o CTEM amplia essa perspectiva ao considerar a exposição como um todo, indo além de CVEs e incorporando configurações incorretas, riscos em nuvem, credenciais expostas e muito mais.
Dados do recente Verizon 2025 Data Breach Investigations Report (DBIR), em colaboração com a Tenable, reforçam essa necessidade. O relatório destaca que a maioria dos incidentes de segurança analisados envolveu a exploração de exposições conhecidas e muitas vezes evitáveis. Isso confirma que uma abordagem reativa é insuficiente e que o gerenciamento contínuo da exposição cibernética é indispensável para reduzir riscos efetivamente.
Organizações que negligenciam práticas contínuas se tornam alvos acessíveis para exploits de zero day, ransomware e movimentação lateral de agentes maliciosos, expondo dados críticos e comprometendo a continuidade dos negócios.

O que é o CTEM?

O CTEM é um framework que permite a uma organização identificar, priorizar e mitigar sua exposição cibernética de maneira contínua. Seu diferencial está em ir além da simples detecção de vulnerabilidades, propondo uma jornada de visibilidade completa, avaliando a superfície de ataque, testando proativamente defesas e corrigindo vulnerabilidades com base em contexto de negócio e risco real.

As principais etapas do ciclo CTEM incluem:

• Descoberta de ativos e exposições (internas, externas, nuvem, configurações incorretas etc.)
• Avaliação e análise contextual de risco, integrando inteligência de ameaças (threat intelligence) e impacto no negócio
• Priorização baseada em risco real e criticidade operacional
• Validação e simulação de explorações potenciais (BAS, Pentest, Red Team)
• Remediação e mitigação orientada

Ao implementar essas etapas de forma contínua, as organizações conseguem reduzir sua superfície de ataque, alinhar a segurança ao negócio e agir proativamente antes que adversários explorem brechas reais.

Capacidades esperadas em uma solução CTEM

Para viabilizar o CTEM com eficiência, é essencial que as organizações contem com soluções que entreguem:

• Visibilidade unificada de ativos e riscos em ambientes híbridos (on-premises, nuvem, shadow IT)
• Análise de exposições além de CVEs, como credenciais vazadas, riscos de configuração e exposições públicas
• Priorização com base em risco real de negócio, e não apenas severidade técnica
• Conectores e integrações com SIEMs, soluções de resposta, gerenciamento de ativos e ITSM
• Workflows automatizados para ações corretivas e geração de insights estratégicos

CTEM como catalisador de maturidade em segurança

Adotar o CTEM é dar um passo importante rumo a uma segurança baseada em evidências e contexto. Diferente de abordagens pontuais e estáticas, ele permite que as equipes de segurança trabalhem de forma contínua, preventiva e com visibilidade de ponta a ponta.
O DBIR 2025 reforça ainda que muitas violações poderiam ter sido evitadas com práticas proativas de mitigação de exposição — alinhadas exatamente à proposta do CTEM.

Além disso, o CTEM contribui para:

• Aumentar a eficiência de times reduzidos
• Priorizar esforços com base no que realmente importa
• Alinhar segurança com objetivos de negócio e conformidade regulatória

Conclusão

A gestão de vulnerabilidades segue sendo relevante, mas o cenário atual exige uma evolução: entender e reduzir continuamente a exposição cibernética como um todo. O CTEM é esse novo caminho. Ao adotar esse framework, as organizações passam a contar com uma visão mais precisa, ações mais assertivas e um controle mais efetivo do risco digital.
Incorporar o gerenciamento de vulnerabilidade junto ao plano de gerenciamento de risco da sua organização tende a manter o seu negócio mais seguro, em conformidade e resiliente. Não diz respeito somente a corrigir os pontos fracos, relaciona-se em diminuir a vulnerabilidade, em proteger os dados e construir confiança em um firmamento onde as ameaças estão sempre se transformando.
Como aponta o Verizon 2025 Data Breach Investigations Report, proteger-se hoje vai além de corrigir falhas: trata-se de antecipar riscos, proteger dados e construir confiança em um cenário onde as ameaças estão sempre evoluindo.
A Scunna adota a abordagem de Gestão Contínua de Exposição a Ameaças (CTEM), que identifica, avalia e mitiga proativamente vulnerabilidades e ameaças cibernéticas nas organizações.
É hora de transformar a segurança cibernética de reativa para contínua, estratégica e orientada por exposição real. O futuro da proteção está no CTEM.

Autor: Lucas Oliveira, Analista de Segurança da Informação Sênior da Scunna

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