Um novo cenário para mulheres no mercado de TI e SI

Um novo cenário para mulheres no mercado de TI e SI

Se fizermos um passeio na história encontraremos mulheres que impactaram o setor de tecnologia, como por exemplo Ada Lovelace, Grace Hopper e Dorothy Vaughan.  Essas personalidades levaram anos para terem suas atuações exaltadas. Ainda hoje, apenas 11% dos cargos executivos, nas empresas de tecnologia do Vale do Silício (EUA), são ocupados por mulheres. No Brasil, segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apenas 20% dos profissionais que atuam no mercado de Tecnologia da Informação (TI) são mulheres.

 

Neste artigo, queremos propor uma reflexão acerca dos avanços, história e perspectivas para as mulheres no mercado de TI e SI.  É inegável que a participação das mulheres em diversos setores da sociedade tem passado por um considerável crescimento. No entanto, ainda há muito a ser conquistado.

 

Apesar do movimento de emancipação das mulheres estar em ascensão, o mercado de tecnologia ainda apresenta uma disparidade em relação à força de trabalho. São mais de 400 mil vagas em aberto, que não são preenchidas nem por homens e nem por mulheres, só no Brasil.

 

E como está o cenário da mulher na Segurança da Informação? O relatório 2019 Women in Cybersecurity apresenta dados positivos. A pesquisa nota que, em face da necessidade das empresas em se qualificar no que se refere à segurança da informação e proteção de dados, somado à disparidade de vagas no mercado, as mulheres têm investido mais em estudos, licenças e formações – em comparação aos homens. E é dessa maneira que elas têm se destacado: qualificando-se para assumir posições estratégicas e de liderança.

 

As mulheres estão sendo atraídas para as funções de segurança de dados em maior número, e atualmente representam 24% da força de trabalho de segurança cibernética. Esta é uma descoberta significativamente maior do que a de 2017, quando apenas 11% dos participantes do estudo eram mulheres. A pesquisa revela, ainda, que 44% dos homens possuem pós-graduação, enquanto o número de mulheres com essa grau de escolaridade é de 52%. É natural, portanto, que mais mulheres comecem a se destacar e ocupar cargos de liderança. Os números do relatório nesse quesito são animadores:

 

  • Diretoria de tecnologia: 7% das mulheres e 2% dos homens
  • Vice-presidência de TI: 9% das mulheres e 5% dos homens
  • Diretoria de TI: 18% das mulheres e 14% dos homens
  • C-level / executive: 28% das mulheres contra 19% dos homens

 

Profissões em alta pós-Covid

 

É indiscutível o crescimento do mercado da tecnologia no momento em que vivemos, diante de uma pandemia e de isolamento social.  Equipes de TI, de uma hora para outra, levaram empresas inteiras para as casas de seus colaboradores e permitiram que houvesse o trabalho de forma remota. Também foram responsáveis por aprimorar ou desenvolver aplicativos para compras, para acompanhar índices da pandemia, para realização de videochamadas, para pagar as contas, para estudar, e qualquer outra rotina adaptada para as nossas casas.

 

Vemos então um mercado muito promissor, para homens e por que não para as mulheres?

 

Nesse sentido, vale destacar a lista das dez profissões que devem ficar em alta pós-pandemia, segundo os especialistas consultados pelo InfoMoney: Profissional de cibersegurança, profissional customer experience, e especialista em nuvem (ou cloud).  Segundo os especialistas em Recursos Humanos, essas três áreas vão se destacar ainda mais daqui para frente: tecnologia, finanças e saúde.

 

Mulheres que fizeram história na tecnologia

 

Como vimos acima, muitas mulheres estão apostando na área de tecnologia e segurança digital, mas vale lembrar que algumas delas foram pioneiras no setor.

 

Ada Lovelace, matemática e escritora inglesa, desenvolveu o primeiro algoritmo a ser processado por uma máquina, em 1843. Isso significa que a primeira programadora da história foi uma mulher.

 

A reconhecida matemática, física e cientista espacial Katherine Johnson, a engenheira Mary Jackson e Dorothy Vaughan, cientista em decodificação, cujo trabalho foi determinante para a implantação do Fortran – sistema de linguagem de programação criado nos anos de 1950. As três foram essenciais para que o projeto fosse concretizado, com sucesso, em 1961.

 

Um filme interessante que aborda esta temática é “Estrelas além do tempo”, que conta a história de três fortes mulheres que foram essenciais para o sucesso da missão que levou o homem à Lua. Se você ainda não viu este filme, vale à pena conferir.

 

 

E o que o Brasil está fazendo para aumentar a representatividade feminina no setor?

 

Apesar das mulheres representarem apenas 20% dos mais de 580 mil profissionais que atuam na área de TI no Brasil, o futuro apresenta boas perspectivas.

 

Diante desse cenário, por exemplo, surgiram alguns grupos pelo país com o intuito de promover a participação feminina na área de TI. Seguem alguns que apoiam essa causa:

 

PrograMaria – O projeto de Introdução à lógica de programação e ao desenvolvimento web prevê curso presencial de programação para mulheres. Com o lema “Aprenda a programar e transforme o mundo”, a instituição promove conteúdo na internet, eventos e cursos, além de dar visibilidade às conquistas e contribuições das mulheres na evolução tecnológica do mundo.

 

MariaLab Hackerspace – O projeto tem o intuito de oferecer oficinas de capacitação em tecnologia para mulheres a partir de 14 anos, além de criar uma rede de apoio das participantes para troca de informações e ajuda.

 

PyLadies – É uma comunidade mundial que foi trazida ao Brasil com o propósito de instigar mais mulheres a entrarem na área tecnológica.

 

O Programa Meninas Digitais da Sociedade Brasileira de Computação (SBC) – presente em 21 Estados brasileiros -, inclusive o Rio Grande do Sul,  tem como objetivo colaborar no processo de empoderamento de mulheres na área de Tecnologia da Informação. A proposta é investir na formação das futuras gerações femininas deste segmento, facilitando sua empregabilidade e sociabilização por meio de parcerias com escolas públicas, privadas e empresas.

 

Existe muito trabalho para ser feito, de apoio e conscientização, mas como em outras as áreas, é preciso promover desde cedo ações e programas de incentivo que despertem para maior representatividade feminina na área de TI.

 

Anelise Cáceres

Assessoria de Comunicação

 


 

Fonte consultada

IBLISS Digital Security – As mulheres no mercado da tecnologia –

https://www.ibliss.digital/a-mulher-na-seguranca-da-informacao/?utm_campaign=news_2_marco&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

Mulheres ganham espaço em Cybersecurity –

https://minutodaseguranca.blog.br/mulheres-ganham-espaco-em-cybersecurity/

(ISC)² Cybersecurity Workforce Study: Women in Cybersecurity

https://www.isc2.org/research/women-in-cybersecurity

Vertigo Tecnologia – A mulher no mundo da TI: desafios e oportunidades

https://vertigo.com.br/a-mulher-na-ti/

DB1 Group – Por que existem menos mulheres na área de T.I? – https://blog.db1group.com/mulheres-na-area-de-ti/

https://netsupport.com.br/blog/os-desafios-para-mulheres-na-ti/